quinta-feira, 31 de outubro de 2013





A taça do vinho tinha a silhueta completa, tal qual dela se acumula o sangue.
Ou o leite que jorra depois da abstinência alcoólica,
tal qual dele se despedea vida.
Ou a vida que só
Dele esgota
I
n
f
i
n
da
lânguida
A que me serve a sina.

domingo, 20 de outubro de 2013



Tudo estava entreaberto, a porta, a caixa, as pernas.
Dentro que deveras alma, calma, acalma adentro da boca o céu.
escora indecisa entre o ventre e o âmago, tudo estava entreaberto entre apelos e pelos variados em lenços.


Os olhos espreguiçam vagarosamente derrapando sobre o ombro forte, robusto e a barba roçando no imaginar precoce. Desce, - você pedia. E cautelosamente a boca conversava sobre o corpo cavo, e de repente pêlos sobre bocas. A fálica maciça ascende e a boca se declina, entre o céu nublado, padece nos lábios. Peço – você deleitou-se nos ombros, o frio aceso e quente alternavam-se no colo, suspiravas adentro juntos, conversas lânguidas de um teor profundo em chamas de fora pra dentro.



Insisto na maldade e na incompetência desse filete de constância em não trair a mim mesma. Mas que castigo é esse? Penso o que me faz analisar um corpo de um poema fora do corpo literal, nu. Poema nu na forma adequada; fina, harmoniosa como a clave que roça meus ouvidos. Imploro-te, na manada noturna, que destas mãos tão finas, trêmulas passeie pelo meu quintal, aterre os dedos na minha fenda e observe a minha composição tão clara e nua, que é sua.


As mãos se envolvem no vão pensamento que deixa de ser abstrato quando se fecha a cortina do cômodo. Penso, que desta pele parda quando nua, jaz um conceito teológico sobre a carne, já não é mais injúria, nem citação de termos sacros de uma paráfrase bíblica, pois nem mesmo o mal ousa aclarar este devaneio inculto. Sobre a exata do corpo e da carne, padeço. Oh Deus! Mea culpa.